Bio

João Gabriel Monteiro de Carvalho e Silva

Concluiu em 1980 a licenciatura em Engenharia Electrotécnica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) com a classificação final de 18 valores. Em 1988 obteve o grau de Doutor pela Universidade de Coimbra em Ciências de Engenharia, especialidade de Informática, tendo sido aprovado por unanimidade, com Distinção e Louvor.

Iniciou a atividade de investigação científica em 1979, no âmbito de um projeto de investigação financiado pela Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica - JNICT, a entidade que antecedeu a Fundação para a Ciência e Tecnologia - FCT. De então para cá, esteve sempre envolvido em projetos de investigação até ao ano de 2008, financiados, entre outros, pela JNICT, FCT, União Europeia, Agência de Inovação, Agência Espacial Europeia e NASA, bem como por várias empresas, entre as quais a Portucel, a RIMA e a Siemens.
Foi um dos fundadores do Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra - CISUC, criado em 1991, tendo sido seu presidente de 2002 a 2006. Liderou o Grupo de Investigação em Sistemas Confiáveis de 1991 até 2005, tendo este grupo recebido a classificação de Excelente em todas as avaliações externas.
É autor de 130 publicações científicas sujeitas a avaliação por pares, que foram citadas mais de 3000 vezes por outros investigadores internacionais. Foi presidente da Comissão Científica da mais importante conferência científica mundial da sua área de investigação, IEEE International Conference on Dependable Systems and Networks, na edição que decorreu em Junho de 2003 em São Francisco, California, Estados Unidos da América. Teve iguais funções na conferência europeia correspondente, European Dependable Computing Conference, que decorreu em Itália em 1996 e na conferência equivalente da America Latina, Latin-American Symposium on Dependable Computing, que decorreu em Salvador, Brasil, em 2005.

Coordenou o projeto do primeiro computador português, desenhado e produzido industrialmente em Portugal, o ENER 1000. Este projeto, que decorreu de 1980 a 1985, foi considerado pela Ordem dos Engenheiros um dos marcos da engenharia portuguesa do século XX. A Ordem incluiu-o na exposição "Engenho e Obra - Engenharia em Portugal no século XX", exibida na Cordoaria Nacional em Lisboa em 2003, onde foi, aliás, o único representante da Engenharia de Coimbra.
Continuou a participar em diversos projetos industriais, como o que desenvolveu uma máquina de escrever eletrónica portátil para a empresa portuguesa MESSA entre 1983 e 1987, ou o projeto de desenvolvimento do computador modular UNIC, uma evolução do ENER 1000, para a empresa RIMA. O UNIC foi aí produzido industrialmente, entre 1985 a 1988, bem como uma sua variante para controlo de fornos a gás intermitentes, utilizados na indústria cerâmica, para a empresa Fornocerâmica, nos anos seguintes.
Mais tarde, coordenou diversos projetos no âmbito do Laboratório de Informática e Sistemas do Instituto Pedro Nunes, entre os quais se realça o desenvolvimento de diversos sistemas de controlo para a primeira fábrica de papel da Soporcel e o projeto WinFT (de Windows Fault Tolerance) que desenvolveu software que veio a ser adquirido em 1998 pela empresa canadiana Intrinsyc, bem como o Injetor de Falhas Xception que foi vendido ao Jet Propulsion Laboratory da NASA, e a várias outras Agências Espaciais.
Coordenou ainda o desenvolvimento de outros pacotes de software que ganharam visibilidade internacional, como o WPVM, a primeira adaptação a nível mundial ao sistema operativo Windows do então standard PVM para programação paralela, e o WMPI, uma adaptação de outro standard de programação paralela ao sistema operativo Windows, que foi também a primeira a nível mundial, e constituiu um produto comercial da Critical Software.
Foi sócio gerente da empresa Heron, uma empresa de produção de software que existiu durante um curto período na década de 1980, e foi fundador secundário da empresa Critical Software SA.
 

No plano internacional teve uma intervenção central na participação da FCTUC nos programas de cooperação de Portugal com a Universidade de Carnegie Mellon e o Massachusetts Institute of Technology. Participou ainda em diversas reuniões do Grupo de Coimbra, e em outras missões pontuais, em particular junto da Comissão Europeia.
Tem tido uma participação intensa na gestão universitária, quase ininterrupta desde que entrou na Universidade de Coimbra em 1975.
Pertenceu ao Senado desde 2001 e foi eleito para a Assembleia da Universidade de 1998 até à sua extinção em 2008. Foi membro da Assembleia Estatutária em 2007/2008 e do Conselho Geral em 2008 e 2009.
Foi eleito Diretor da FCTUC em 2009 - cargo que ocupou até 2011 - depois de ter sido eleito Presidente do Conselho Directivo e do Conselho Científico em 2006 e re-eleito em 2008 para os dois cargos.

Foi Reitor da Universidade de Coimbra de março de 2011 a fevereiro de 2019.

É Presidente da Direção do Instituto Pedro Nunes desde abril de 2022.