Universidade de Coimbra e Instituto Pedro Nunes na origem das maiores empresas nacionais de software

(texto publicado no dia 24 de dezembro de 2024 no semanário "Campeão das Províncias")

Quatro das seis maiores empresas portuguesas de produção de software têm origem na Universidade de Coimbra (UC) e no Instituto Pedro Nunes (IPN). Concretamente, a Critical Software, a Feedzai e a Wit Software, que nasceram no Departamento de Engenharia Informática da UC e se desenvolveram no IPN. Junta-se-lhes a Critical Techworks, uma joint venture entre a Critical Software e a fabricante alemã de automóveis BMW.

Estes dados são disponibilizados pela revista Dinheiro Vivo, que disponibiliza na Internet um ranking de empresas nacionais, por área de atividade, neste caso "J62010 - Atividades de programação informática".

Podemos assim dizer, com base nestes dados, que a discussão que existiu em Portugal há cerca de 20 anos sobre qual era o ponto focal de Portugal para o desenvolvimento de software teve um desfecho claro.

Esta afirmação da excelência da engenharia de Coimbra dá razão a quem, há pouco mais de 50 anos, entendeu que tinha chegado a altura de a multicentenária Universidade de Coimbra passar a disponibilizar cursos completos de Engenharia e, mais ainda, a quem, há exatamente 40 anos, em 1984, decidiu alargar o elenco de engenharias na UC para passar a incluir também a Engenharia Informática.

Neste contexto é ainda de referir que a única empresa unicórnio (start-up avaliada em mais de 1000 milhões de dólares) portuguesa com sede em Portugal é a Feedzai, e que essa sede é precisamente no Instituto Pedro Nunes.

Esta posição de destaque é um dos fatores que, conjugado com o empenho da atual gestão autárquica, tem levado à instalação em Coimbra de múltiplas empresas multinacionais, num movimento que não se via há décadas. Elas reconhecem Coimbra como um local com grande potencial de desenvolvimento. No Instituto Pedro Nunes também se sente essa tendência, com a integração de um número crescente de start-ups estrangeiras no ecossistema do IPN.

 
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