Métodos de Investigação

Conhecimentos de Base Recomendados

Não se aplica.

Métodos de Ensino

Os métodos de ensino da disciplina articulam o debate em aula de bibliografia de leitura prévia obrigatória com exercícios práticos de experimentação de diferentes métodos de pesquisa em Antropologia Social e Cultural. Os alunos deverão escrever uma nota de campo e realizar dois exercícios de experimentação de duas das metodologias debatidas em aula. 

Resultados de Aprendizagem

Se com esta disciplina se pretende, por um lado, introduzir os alunos nos atuais contextos de discussão sobre a necessidade de revisão dos métodos de investigação em Antropologia Social e Cultural, em particular, do trabalho de campo etnográfico. Por outro, ela tem como propósito proporcionar um contexto de prática e experimentação de diferentes metodologias de pesquisa, de modo a se aprender fazendo.

Os alunos deverão ser capazes de refletir criticamente sobre as potencialidades e limites dos diferentes métodos de investigação em Antropologia Social e Cultural. Conhecer e praticar diferentes modalidades de investigação etnográfica. Conhecer metodologias de trabalho com sujeitos, imagens e objetos. Praticar diferentes modalidades de escrita etnográfica. Desenvolver metodologias de pesquisa colaborativa com outras disciplinas e/ou conhecimentos e práticas. 

Estágio(s)

Não

Programa

O programa da disciplina centra-se na reformulação crítica do trabalho de campo etnográfico partindo da crise da representação e da viragem reflexiva que marcou a antropologia pós-moderna. Serão debatidas diferentes modalidades de autoridade etnográfica e os alunos terão a oportunidade de praticar estas diferentes modalidades, nomeadamente, através da realização de notas de campo. Serão posteriormente abordadas diferentes metodologias de pesquisa etnográfica, desde a observação participante, a etnografias multi-situadas, a metodologias visuais e digitais, a metodologias centradas em objetos. Por fim, falaremos de contextos de pesquisa colaborativa não apenas com outras disciplinas e dentro da academia, mas também com outros conhecimentos e práticas para lá dela. Será aqui referida a distinção traçada por Tim Ingold (2014) entre observação participante, orientada para o futuro, e etnografia, enquanto prática de documentação.

Docente(s) responsável(eis)

Sandra Isabel de Oliveira e Xavier Pereira

Métodos de Avaliação

Avaliação
Nota de campo: 30.0%
Para os dois exercícios práticos: 70.0%

Bibliografia

Robben, A.C.G.M. e Sluka, J. A. (Ed.), 2007, Ethnographic Fielwork: an anthropological reader, Oxford, Blackwell Publiching.

Edwards, E. e Hart, J. (Ed.), 2004, Photographs Objects Histories: on the materiality of images, Londres, Routledge.

Emerson, R. M.; Fretz, R. I. E Shaw, L. L., 1995, Writing Ethnographic Fieldnotes, Londres, The University of Chicago Press.

Estalella, A. e Sánchez Criado, T. (Eds), 2018, Experimental Collaborations. Ethnography through Fieldwork Devices, New York, Berghahn

Ingold, T, 2014, “That’s enough about ethnography!” in Hau: Journal of Ethnographic Theory 4(1): 383-395.

Ingold, T., 2018, Anthropology: Why It Matters, Medford, Polity Press.

Kelty, C., 2009, “Collaboration, coordination, and composition: Fieldwork after internet” in Faubion, J. e Marcus, G. (Ed.), Fieldwork is not what it used to be: learning anthropology’s method in a time of transition, Nova Iorque, Cornell University Press, pp. 184-206.