Intervenção Sistémica com Famílias Multidesafiadas

Conhecimentos de Base Recomendados

NA

Métodos de Ensino

Análise crítica de exemplos de intervenções baseadas no paradigma do défice vs paradigma do desafio. Experiênciação pessoal de um exemplo de trabalho colaborativo e reflexão sobre as suas potencialidades e dificuldades. Exposição, por parte da docente bem como por parte de profissionais convidados e dos/as estudantes, dos conteúdos programáticos fundamentais ao conhecimento do tipo de intervenção a realizar com as famílias. Rôle-playing e análise de relatos de casos para treino de competências de intervenção com as famílias e com a rede secundária. 

Resultados de Aprendizagem

No final da unidade curricular espera-se que o/a estudante saiba:

- reconhecer as diferenças, ao nível da visão sobre família e da intervenção a realizar, entre a perspetiva do défice e a do multidesafio;  

- reconhecer e aplicar os princípios fundamentais do trabalho colaborativo;

- identificar os vários pedidos/clientes associados a cada pedido de intervenção;

- escutar verdadeiramente a família, ajudando-a a reconhecer a sua visão preferida de vida, as suas forças e fragilidades bem como o tipo de (des)ajuda que tem recebido por parte da rede primária e da secundária;

- co-construir, com a família, os objetivos da intervenção;

- planificar a intervenção a realizar, quer nas modalidades a utilizar, quer no calendário, locais de intervenção e participantes;

- identificar o tipo de informação que pode ser partilhada com elementos da rede secundária e a forma como acorda essa partilha com a família;

- realizar relatórios para as entidades sinalizadoras    

Estágio(s)

Não

Programa

1. Famílias multidesafiadas: implicações conceptuais e práticas do paradigma do défice vs paradigma do desafio.

2. Desafios, potencialidades e modalidades do trabalho colaborativo.

3. Análise do pedido de intervenção: a) identificação dos pedidos explícitos e ocultos e dos vários clientes envolvidos; b) identificação/reflexão sobre o tipo de informação a partilhar e sobre as possíveis modalidades de partilha.

4. Co-construção dos objetivos e do plano de intervenção: a) como, e com quem, realizar a 1ª sessão; b) como explorar as forças e fragilidades da família e revisitar o seu percurso de assistência e de multidesafios; c) como definir objetivos partilhados de mudança; d) que tipos de intervenção realizar para alcançar tais objetivos (p.e., terapia familiar comunitária; terapia multissistémica).

5. Elaboração de relatórios: a) que tipo de informação partilhar; b) como acordar essa partilha com a família; c) como redigir o relatório.   

Métodos de Avaliação

Avaliação
Defesa do trabalho,com objetivo, de:avaliação do pedido;a sistematização das forças e fragilidades da família, bem como o percurso de assistência que tem tido;a hipótese sistémica;planificação da intervenção com identificação dos objetivos a co-construir,locais da intervenção e participantes. A defesa oral é feita individualmente,na presença do grupo e da turma: 10.0%
Realização de role-playing, no papel de profissional, para avaliação de competências de intervenção: 40.0%
Trabalho de síntese: 50.0%

Bibliografia

Fraenkel, P. (2006). Engaging families as experts: Collaborative family program development. Family Process, 45(2), 237-257.

Imber-Black, E. (1988). famillies and larger systems: A family therapist's guide through the labyrinth. New York: The Guilford Press.

Madsen, W.C. (2009). Collaborative helping: A practice framework for family-centered services. Family Process, 48, 103-116.

Madsen, W.C. (2007). Collaborative therapy with multi-stressed families. New York: The Guilford Press.

Minas, M. (2018). Dinâmicas da reciprocidade no desenvolvimento de indivíduos, famílias, comunidades e programas: Um olhar sobre a pobreza, a conexão e o bem-estar. Tese de doutoramento não publicada. Lisboa: Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa.

Summers, J. A., McMann, O.T., & Fuger, K.L. (1997). Critical thinking: A method to guide staff in serving families with multiple challenges. Topics in Early Childhood Special Education, 17(1), 27-52.