Mulheres na História

Conhecimentos de Base Recomendados

Não aplicável.

Métodos de Ensino

O curso estará dividido em dois módulos. Na primeira fase de cada um, as docentes terão um papel mais ativo, procurando familiarizar as/os alunas/os com as épocas, os temas, as problemáticas, a bibliografia, as fontes disponíveis e as metodologias de investigação adoptadas. Seguir-se-ão sessões essencialmente práticas, com apresentação, por parte das/os alunas/os, de recensões bibliográficas e com a orientação dos seus trabalhos finais, que poderão ser uma síntese com o estado da arte de determinado tema ou uma pequena investigação a partir de fontes.

Resultados de Aprendizagem

Adquirir conhecimento das representações historiográficas de mulheres através dos discursos normativos europeus/eurocêntricos; compreensão da génese e evolução dos arquétipos sobre a mulher e da sua persistência atual; familiarização com a pluralidade de vivências das mulheres, quer em contextos metropolitanos, quer coloniais para recuperar a presença das mulheres no palco histórico. Pretende-se que as/os alunos/as compreendam: 1) como os paradigmas de poder feminino medievais foram ocultados ou diabolizados nos séculos seguintes; 2) como a secularização oitocentista alterou as imagens das mulheres, mantendo porém as mesmas exigências comportamentais; 3) a relação entre género, poder e vivências em diferentes conjunturas sociais e políticas; 4) a não inserção no mercado de trabalho e a não participação em instâncias de poder por parte das mulheres como mitos dos sécs. XIX e XX.

Estágio(s)

Não

Programa

Mulheres e poder através da História: 1)Escrita, género e poder na construção social e política Peninsular: paradigmas perdidos do poder simbólico de mulheres de estirpe régia na alta e plena Idade Média ibérica; estudo de figuras femininas poderosas (rainhas, filhas ou irmãs de réis) entre os sécs. VIII e XIII; ocultação ou demonização do poder das mulheres no discurso historiográfico coevo ou posterior; contraste da representação historiográfica das mulheres com o rasto documental ou artístico que deixaram. 2)Género, império e globalização: a importância de questões como casamento, domesticidade, respeitabilidade e emancipação feminina no estudo dos modernos processos imperiais e de globalização; feminismo e imperialismo no contexto dos impérios do séc. XIX; feminismo e género em contextos ‘não ocidentais’; género, intimidade e processos sociopolíticos; o género e as lutas emancipadoras no séc. XX; o género da ‘política’, a redefinição da sexualidade e as relações políticas globais.

Docente(s) responsável(eis)

Maria do Rosário Prata Ferreira dos Santos

Métodos de Avaliação

Avaliação
Participação nas aulas: 30.0%
Trabalho de síntese: 70.0%

Bibliografia

Allman, J. et al. (2002), Women in African Colonial Histories. Bloomington: IUP

Anderson B., Zinsser, J. (2000). Historia de las mujeres. Barcelona: Crítica

Chaudhuri, N.; Strobel, M. (1992), Western Women and Imperialism. Bloomington: IUP

Ferreira, M.R. (2011). “Entre conselho e incesto: a irmã do rei”. e-Spania, 12

Ferreira, M.R. (2014). “La reine est morte: la succession politique des filles de roi aux XIe et XIIe siècles”. e-Spania, 17

Ferreira, M.R. (2016). “L'action culturelle de la reine Teresa du Portugal”. e-Spania, 24

Martin, G. (2011), Mujeres y poderes en la España medieval. Alcalá de Henares: CEC

Meneses, M.P. (2019), “Mulheres e violência em massa em Moçambique no período colonial tardio”, in O pluriverso dos direitos humanos. Belo Horizonte: Autêntica.

Rose, S. (2010), What is Gender History? London: Polity.

Stoler, A. L. (2010), Carnal knowledge and imperial power. Berkeley: CUP

Vergès, F. (2020), Um Feminismo Decolonial. Brasilia: UBU